Cultura
Portugal participa. Israel mantém-se na Eurovisão e vários países anunciam boicote
Os Países Baixos, a televisão pública espanhola, a Irlanda e a Eslovénia já confirmaram que vão boicotar o festival. Portugal, por sua vez, decidiu manter a participação.
Israel vai poder participar no Festival Eurovisão da Canção 2026, depois de membros da União Europeia da Radiofusão (EBU) terem decidido, esta quinta-feira, não convocar uma votação sobre a sua participação, apesar das ameaças de boicote de alguns países.
A decisão foi tomada durante a assembleia-geral da União Europeia da Radiofusão, a decorrer na Suíça.
De acordo com a EBU, os membros votaram de forma esmagadora a favor de novas regras destinadas a desencorajar os governos e terceiros de promoverem canções de forma desproporcional para influenciar os votantes, após alegações de que Israel impulsionou injustamente a sua representante este ano.
De acordo com a EBU, os membros votaram de forma esmagadora a favor de novas regras destinadas a desencorajar os governos e terceiros de promoverem canções de forma desproporcional para influenciar os votantes, após alegações de que Israel impulsionou injustamente a sua representante este ano.
“Os participantes que representavam os membros da EBU foram convidados a votar em escrutínio secreto sobre se estavam suficientemente satisfeitos com as novas medidas e salvaguardas anunciadas no mês passado, sem que houvesse uma votação sobre a participação no evento do próximo ano”, lê-se num comunicado da EBU.
“Uma grande maioria dos membros concordou que não havia necessidade de uma nova votação sobre a participação e que o Festival Eurovisão da Canção 2026 deveria prosseguir conforme planeado, com as salvaguardas adicionais em vigor”, acrescenta.
“Uma grande maioria dos membros concordou que não havia necessidade de uma nova votação sobre a participação e que o Festival Eurovisão da Canção 2026 deveria prosseguir conforme planeado, com as salvaguardas adicionais em vigor”, acrescenta.
A aprovação de novas regras, por exemplo no sistema de voto do festival, excluía imediatamente a questão seguinte se Israel devia continuar a participar na Eurovisao.
Portugal mantém participação
A votação desta quinta-feira ocorreu após vários países, como Espanha, Países Baixos e Irlanda, terem anunciado um boicote à edição de 2026, marcada para os dias 12, 14 e 16 de maio, em Viena, caso Israel participe. Os Países Baixos, a televisão pública espanhola, a Irlanda e a Eslovénia já confirmaram que vão mesmo boicotar o festival. Portugal, por sua vez, decidiu manter a sua participação.
A votação desta quinta-feira ocorreu após vários países, como Espanha, Países Baixos e Irlanda, terem anunciado um boicote à edição de 2026, marcada para os dias 12, 14 e 16 de maio, em Viena, caso Israel participe. Os Países Baixos, a televisão pública espanhola, a Irlanda e a Eslovénia já confirmaram que vão mesmo boicotar o festival. Portugal, por sua vez, decidiu manter a sua participação.
Num comunicado, a televisão pública portuguesa explica que a assembleia-geral da União Europeia de Radiodifusão votou hoje a "alteração às regras de votação no Festival Eurovisão da Canção" em 2025 para "reforçar a confiança e a transparência e garantir a neutralidade do evento".
As novas regras foram aprovadas pela maioria dos países membros da EBU, incluindo a RTP, que votou a favor por considerar que "permitem que os países participem na próxima edição do Festival Eurovisão da Canção com um maior grau de confiança nos resultados das votações".
"Com base nesta decisão da EBU, detentora do Festival Eurovisão da Canção, a RTP vai participar na edição do Festival Eurovisão da Canção 2026", lê-se no mesmo comunicado.
As novas regras foram aprovadas pela maioria dos países membros da EBU, incluindo a RTP, que votou a favor por considerar que "permitem que os países participem na próxima edição do Festival Eurovisão da Canção com um maior grau de confiança nos resultados das votações".
"Com base nesta decisão da EBU, detentora do Festival Eurovisão da Canção, a RTP vai participar na edição do Festival Eurovisão da Canção 2026", lê-se no mesmo comunicado.
Espanha é um dos maiores financiadores do evento. No seu discurso à Assembleia Geral antes da votação, o secretário-geral da RTVE, Alfonso Morales, explicou que a emissora “reconhece e valoriza” as medidas adotadas pela UER e pelo Grupo de Referência para defender os princípios e valores fundamentais do Festival Eurovisão da Canção. “No entanto, consideramos essas medidas insuficientes”, acrescentou.
“Gostaríamos de expressar nossas sérias dúvidas sobre a participação da emissora israelita KAN no Festival da Eurovisão 2026. A situação em Gaza, apesar do cessar-fogo e da aprovação do processo de paz, e o uso do concurso por Israel para fins políticos, tornam cada vez mais difícil manter o Festival Eurovisão como um evento cultural imparcial”, disse ainda Morales.
A emissora holandesa Avrotros declarou que a sua "participação não era compatível com os seus valores públicos fundamentais" e a Eslovénia anunciou o boicote “em nome das 20.000 crianças que morreram em Gaza".
Em Dublin, a emissora pública irlandesa RTE explicou que tomou esta decisão "perante a terrível perda de vidas em Gaza e a crise humanitária em curso que continua a pôr em perigo a vida de tantos civis".
Outros boicotes poderão ser anunciados nas próximas hora. A Bélgica, a Suécia e a Finlândia também indicaram que estão a considerar tomar a mesma decisão.
“Gostaríamos de expressar nossas sérias dúvidas sobre a participação da emissora israelita KAN no Festival da Eurovisão 2026. A situação em Gaza, apesar do cessar-fogo e da aprovação do processo de paz, e o uso do concurso por Israel para fins políticos, tornam cada vez mais difícil manter o Festival Eurovisão como um evento cultural imparcial”, disse ainda Morales.
A emissora holandesa Avrotros declarou que a sua "participação não era compatível com os seus valores públicos fundamentais" e a Eslovénia anunciou o boicote “em nome das 20.000 crianças que morreram em Gaza".
Em Dublin, a emissora pública irlandesa RTE explicou que tomou esta decisão "perante a terrível perda de vidas em Gaza e a crise humanitária em curso que continua a pôr em perigo a vida de tantos civis".
Outros boicotes poderão ser anunciados nas próximas hora. A Bélgica, a Suécia e a Finlândia também indicaram que estão a considerar tomar a mesma decisão.
Por sua vez, o presidente israelita, Isaac Herzog, saudou a decisão da UER, afirmando que Israel "merece estar representado em todos os palcos do mundo".
"Fico feliz por Israel participar mais uma vez na Eurovisão (...), e espero que esta competição continue a ser um evento que promova a cultura, a música, a amizade entre as nações e o entendimento cultural transfronteiriço", escreveu Herzog no X.
"Agradeço a todos os nossos amigos que defenderam o direito de Israel continuar a contribuir e a competir na Eurovisão", acrescentou.
Israel deserves to be represented on every stage around the world, a cause to which I am fully and actively committed. I am pleased that Israel will once again participate in the Eurovision Song Contest, and I hope that the competition will remain one that champions culture,…
— יצחק הרצוג Isaac Herzog (@Isaac_Herzog) December 4, 2025
"Agradeço a todos os nossos amigos que defenderam o direito de Israel continuar a contribuir e a competir na Eurovisão", acrescentou.
Suspeita de fraude no televoto
A polémica em torno da participação de Israel no festival surge como consequência do conflito em curso na Faixa de Gaza e pela suspeita de fraude no televoto. Em causa está a disparidade entre as votações do júri e do público em relação a Israel, nas últimas duas edições.
A contestação de vários países a esta votação fez com que o Grupo de Referência da União Europeia de Radiodifusão tivesse aprovado, em novembro passado, algumas alterações ao sistema de votação do certame europeu, nomeadamente a limitação da promoção dos artistas por terceiros – sobretudo por parte de agentes estatais -, a redução do número de votos máximos de 20 para dez e a melhoria da segurança para “detetar e bloquear votação fraudulenta ou coordenada”. A final do 70.º Festival Eurovisão da Canção está marcado para 16 de maio, sendo antecedida de duas semifinais a 12 e 14 de daquele mês.
O concurso realiza-se anualmente desde 1956 e já houve países excluídos, como a Bielorrússia, em 2021, após a reeleição do presidente Aleksandr Lukashenko, e a Rússia, em 2022, após a invasão da Ucrânia.
Israel foi o primeiro país não europeu a poder participar, em 1973, e ganhou quatro vezes.
A Áustria venceu o 69.º Festival Eurovisão da Canção, que aconteceu em maio passado em Basileia, na Suíça, com o tema "Starmania", interpretado por JJ.
Portugal participou pela primeira vez no Festival Eurovisão da Canção em 1964, tendo entretanto falhado cinco edições (em 1970, 2000, 2002, 2013 e 2016). Em 2017, Portugal venceu pela primeira e única vez o concurso com a canção "Amar pelos dois", de Luísa Sobral, interpretada por Salvador Sobral.
A polémica em torno da participação de Israel no festival surge como consequência do conflito em curso na Faixa de Gaza e pela suspeita de fraude no televoto. Em causa está a disparidade entre as votações do júri e do público em relação a Israel, nas últimas duas edições.
A contestação de vários países a esta votação fez com que o Grupo de Referência da União Europeia de Radiodifusão tivesse aprovado, em novembro passado, algumas alterações ao sistema de votação do certame europeu, nomeadamente a limitação da promoção dos artistas por terceiros – sobretudo por parte de agentes estatais -, a redução do número de votos máximos de 20 para dez e a melhoria da segurança para “detetar e bloquear votação fraudulenta ou coordenada”. A final do 70.º Festival Eurovisão da Canção está marcado para 16 de maio, sendo antecedida de duas semifinais a 12 e 14 de daquele mês.
O concurso realiza-se anualmente desde 1956 e já houve países excluídos, como a Bielorrússia, em 2021, após a reeleição do presidente Aleksandr Lukashenko, e a Rússia, em 2022, após a invasão da Ucrânia.
Israel foi o primeiro país não europeu a poder participar, em 1973, e ganhou quatro vezes.
A Áustria venceu o 69.º Festival Eurovisão da Canção, que aconteceu em maio passado em Basileia, na Suíça, com o tema "Starmania", interpretado por JJ.
Portugal participou pela primeira vez no Festival Eurovisão da Canção em 1964, tendo entretanto falhado cinco edições (em 1970, 2000, 2002, 2013 e 2016). Em 2017, Portugal venceu pela primeira e única vez o concurso com a canção "Amar pelos dois", de Luísa Sobral, interpretada por Salvador Sobral.
c/agências